07/06/2009

limites de mim...


[bruzudunga.blogspot.com]

quero começar aqui e terminar ali...
como numa canção de amor
que começa aqui e termina ali
que rodopia assim,
para balouçar sem fim
como num baloiço
de um pequeno jardim
...aqui e ali
...p'ra cá e p'ra lá
com o riso de uma criança
agora e sempre....

to think about...and other desires


[http://vidadevenus.blogspot.com]


03/06/2009

nos pergaminhos do tempo



folheio o jornal de ontem
o passado, portanto.
mas revejo um presente
banal, demente...somente.
desprendo-me dele
tentando colori-lo e,
olho languidamente a vereda
que se fecha em frente.
folhas rodopiam e caiem...
tremendo momento final.
o vento acaricia a face
é quente e relembra
imagens ao longe desfocadas
folheio o jornal de ontem...

seres da noite...



nas sombras da noite
por entre risos gelados
sentimos as criaturas
no tempo fechadas

seremos apenas peões?
carregando o fardo
que agora tememos

nas sombras da noite
por entre beijos de morte
sentimos o sangue correr
nos corpos velados...

seremos culpados?
trazemos memórias
e agora perdemos

nas sombras da noite
correntes se arrastam
com o riso perdido
a quem já nada escapa

seremos condenados?
a caminhos já trilhados
onde agora, corremos...
fugindo dos seres da noite.

02/06/2009

and i'm feeling...

de dimensões...e outras considerações

A cada passo do nosso caminho tomamos decisões e fazemos opções que definem o nosso eu individual e colectivo no futuro. Como nos fenómenos deterministas, uma causa irá gerar um efeito que por sua vez será nova causa de novo efeito (...), acabamos por criar a nossa realidade, a nossa dimensão. Então, conseguiremos nós olhar para trás e definir o ponto exacto onde gostaríamos de voltar, para experimentar outra realidade, com base noutras opções ou novas decisões? Este exercício do "se.." deveria ser feito vezes sem conta... e quando assim é tornar-se num pequeno segredo que possuímos... condição sine qua non para conseguir dar sentido às nossas vidas!

No entanto, é com a consciência que, como no "efeito borboleta" que cria uma tempestade do outro lado do planeta com um bater de asas aqui ao nosso lado, ao alterarmos um pequeno pedaço de história alteramos a nossa memória, o nosso tempo, o nosso olhar, toda a nossa existência individual e colectiva...então nessa altura, nada do que é será e mais uma vez iremos olhar para trás e procurar um novo momento, um novo bater de asas...

um anjo negro bateu as asas...
tentou voar enquanto pôde
doce dor que te persegue
num turbilhão de sonhos em apneia!
em cada treva, manchada de sangue,
por ele foi tentada, na marcha da vitória
e por ele perdida na memória.
agora resta o sufoco
que aperta o peito
que lança o corpo
e que em frente caminha.
o futuro não vem lá,
está já aí, e com ele vive
passo a passo olhando em compasso
para cada passo dado...
e se o anjo não tem asas (?),
a vida repassa
nada semeia e nada compensa...
de sonhos vivemos a vida
nas asas de uma borboleta

01/06/2009

1 de Junho Dia Mundial da Criança


[tracosetrocos.wordpress.com]

"A imaginação é mais importante que a ciência, porque a ciência é limitada, ao passo que a imaginação abrange o mundo inteiro.”

Albert Einstein


...e se um dia deixarmos de ser crianças também perderemos a nossa imaginação...

"Forever young, i want to be forever young..."


30/05/2009

29/05/2009

de bandas sonoras para vários momentos...


Som: janela aberta para as ruas da cidade...
...sons da vida!!



e como pano de fundo...

if I lay face
down on the ground,
would you walk all over me?
Have we learn't
What we set out to learn?
well then love we will see.
Now dont drown in your tears, babe
Push your head towards the air.
Now dont drown in your tears, babe
I will always be there.
When you fall and you,
Can't find your way,
Push a hand up to the sky.
I will run just to,
To be by your side,
Dont you ever bat an eye.
Now dont drown in your tears, babe
Push your head towards the air.
Now don't drown in your tears, babe
I will always be there
"But I will tear the price from your head,
And keep you from harm" thats what you said.
Theres people climbing out of their cars
Lining the roadside,
Try to glimpse at the dead.
Now dont drown in your tears, babe
Push your head towards the air.
Now dont drown in your tears, babe
I will always be there.


(push your head towords the air, editors)

27/05/2009

um estranho perfeito


um estranho é perfeito, assim como é perfeito ser estranho
vamos onde queremos e guardamos o que podemos
um estranho é magia, assim como a magia é estranha
vemos o que sentimos e retemos o que devemos
um estranho és tu, assim como sou eu um ser estranho
num espelho não há reflexo, reflexo que deveras sou
mas mais estranho é nada achar estranho
e desse principio principiar o "sou"...


24/05/2009

ciclos...de um fim (re)anunciado?

Sentei-me na beira da estrada e aguardei pela sua chegada...
O que demorava foi dando para reflectir e descansar um pouco das últimas jornadas...
Percorri o passado, sondei o presente, e até antevi ideias mescladas para o futuro...
mas...!!! Nunca mais chega...
Decido sem pressas e levanto-me. Iniciei o meu caminho e andei apenas uns metros. O suficiente para olhar para trás e...estranho...??? Ainda lá estou sentado, de olhar prostrado no horizonte! Mas quem esperava eu afinal, questiono-me, estranhamente sem recordar...
Será que de um sonho se trata? Espero então breve acordar...ou será que me pregaram uma partida daquelas confusas e bizarras com um sentido de humor algo distorcido? Nada parece fazer sentido senão...continuar a andar!
Viro-me bruscamente, algo consternado e continuo o caminho...sinto-me fatigado mas preciso continuar...ainda falta muito! Mas para onde? Dúvidas e mais dúvidas...rodopiam ideias e projectos de afirmações na minha cabeça. Queria tanto saber mais um pouco...como seria, o que seria...até onde iria!
Mais uma vez olho para trás e, apesar de ser pouco maior do que a folha de papel do meu caderno de apontamentos que trago dentro da minha bolsa, ainda lá estou...mas já não consigo perceber os traços da minha face, da minha voz, do meu pensamento....tudo não passa já de um simples sentir melancólico que acalma e dói ao mesmo tempo, como se de um ciclo, de fim anunciado, estivesse a marcar o inicio da trajectória final...para breve, bem breve recomeçar...sentado na beira da estrada, aguardando a sua chegada!

21/05/2009

nos mitos da noite...tenho medo de os perder!

tenho medo do escuro
tenho medo de mim
e dos reflexos no espelho
tenho medo da luz, procuro esconder-me...
tenho medo de ter medo,
mas mais medo de não ter.
tenho medo do tédio de ser,
como todos querem ser.
tenho medo de correr,
quando devia andar
tenho medo de cair
e depois não conseguir levantar
tenho medo do vento,
seguido da tempestade,
mas mais medo de os deixar ir em liberdade.
tenho medo da luxúria do ter
como todos o querem ter...sem medo.
tenho medo de ficar petrificado
à tua passagem, lua que de mim escarneces.
tenho medo do sangue,
o que não corre e devia correr
o que escorre, numa marca eterna que faz doer...
lento é o tempo de ter medo
como lenta é a noite de todos os medos
por isso tenho medo dos mitos da noite
mas mais medo de os perder
meus medos queridos...

20/05/2009

princesa do lago

perfeita repetição
sentidos em afinação...

do lago
e numa palavra discreta
sonoros mistérios despertam

do abraço,
o beijo que falta

das ondas
na areia molhada
sentidos, na madrugada

corre corre
corre pela manhã

da boca molhada
de um peito palpitante
num perfeito tratado,
assim desencadeado...

corre pela manhã
corre e nunca te percas
doce princesa do lago

19/05/2009

leve beijo triste

Teimoso subi
Ao cimo de mim
E no alto rasgei
As voltas que dei

Sombra de mil sóis em glória
Cobrem todo o vale ao fundo
Dorme meu pequeno mundo

Como um barco vazio
P'las margens do rio
Desce o denso véu lilás
Desce em silêncio e paz
Manso e macio

Deixa que te leve
assim tão leve
Leve e que te beije meu anjo triste
Deixo-te o meu canto canção tão breve
Brando como tu amor pediste

Não fales calei
Assim fiquei
Sombra de mil sóis cansados
Crescendo como dedos finos
A embalar nossos destinos



15/05/2009

another time songs

maybe one day...who knows?!




music and video performed by me
first time was a long time ago





start again performed by LO!
Video made by me

preachers...or otherwise


the world seems to me,

like a dream.

invention of gods,

holy space.

in a colored smoke,

we found,

preachers of death,

all over around.

and we try to understand

what’s wrong with this world?

day after day we crawl,

looking for something,

we can not find.

in a colored rain ,

we fall,

with preachers of death all over around.


"it was so long ago, so long to be named, to be blamed, to be asked. so long ago...!"

me and my meaning dream
in thousand years we lived

alguma vez?

alguma vez tentaste
parar o pensamento
alguma vez pensaste
que longe de vivos estaremos.
procura nesta lama
os simples prazeres
de estar dentro do ser

alguma vez pensaste
em ser teu prisioneiro
e alguma vez pensaste
em fugir de ti mesmo
larga as lutas inglórias
e cava bem fundo
na mente, somente

alguma vez te falaste
e o caminho indicaste
alguma vez mataste
os teus sonhos de vez
corre contra a corrente
foge do escuro de ti
tenta novamente
sentir o que há para vir...

uma entrada...

sente-me quando estamos próximos
chama-me quando partir
alimenta-me quando a face me tocas
persegue-me quando fugir

irei encontrar um lugar
irei encontrar uma porta
a entrada segura da história

ama-me quando próximo de ti chegar
odeia-me quando partir sem olhar
beija-me quando a mente fluir
mata-me quando para longe voar...

tempos a tempos

e no dia seguinte descemos da nuvem
daquela que nos levou algures a um tempo!
tempo que já foi, e somente permanece na mente,
nos escritos que o reinventam...
que agora soam a distante,
a sem vontade,
a já foi e não tem de voltar.
mas por momentos estranhos...
[ahh...] parece soar a necessidade.

[bahhh...] queremos antes novidades!
tempos futuros de mistérios e necessidades,
futuros de magia e mágicos de olhos amendoados,
que nos levam em cavalos alados, talvez assim, atordoados!
pois só no presente pensamos o passado,
e sem sabermos podemos ficar atolados...desamparados.

vamos companheiros,
é no tempo futuro que o homem da mente vive,
é de sonhos que sabemos fazer girar o mundo,
é de mundos coloridos e nada passados,
sempre em novas demandas, nunca aguilhoados!
sempre inquietos, talvez um pouco extasiados...arrebatados!

vamos amigos,
temos de o abraçar, a tempo
de sentir o que há mais para contemplar
de amar o que sempre foi feito para amar
e fazendo o caminho avançar...
umas vezes devagar,
outras com vontade de já lá estar.

como o tempo numa trança de tempo,
com o passado na volta de trás
que volta de quando em vez a tempo
e à nossa frente ameaça...
assaz no nosso contentamento fugaz.

história do gato e da lua

aquele 2º andar

às vezes sentava-me na janela,
daquele 2º andar,
fumava a olhar para o castelo
e amava uma donzela encantada
que por ele esteve enamorada
fazia versos a lembrar uma guitarra
e sonhava de cores nunca pinceladas
bebi da fonte das três bicas
para de cá nunca abalar
eu e a donzela encantada
e para sempre a namorar
mas a lenda foi transformada,
pela guerra de uma sociedade empedrada
sofre agora a donzela que para longe abalou
para nunca mais cá voltar
morreu devagar o meu sonhar,
mas ficou o desejo para um dia lá voltar…
à janela do 2º andar...

por momentos...no tempo

09/05/2009

bem cedo...quanto antes...agora!

Run away from all your boredom
Run away from all your whoredom and wave
Your worries, and cares, goodbye
All it takes is one decision
A lot of guts, a little vision to wave
Your worries, and cares goodbye

Placebo - Slave to the wage

...mas se fosse fácil ninguém seria infeliz...

08/05/2009

sete é cinco mais dois (matemáticas da vida)


dos sete, cinco são e mais dois...
dos sete, dois estão para o cinco, como o sol que se põe para a lua...
dos sete, nenhum perco se por um me deixar levar, levemente, brevemente, em paz...
dos sete, sete mais queríamos ter e mais cincos com dois fazer...
a sete peço que me ouçam os cincos e os dois
pois a eles peço que me ajudem a crescer e a ter mais por onde escolher, viver como só o sete sabe fazer!
São sete estranhos dias, sete estranhos caminhos e sete estranhos motivos...


(de conversas, e outras reflexões...)

15/04/2009

seres sentidos...

quero amar quem não amei, mas sem deixar de amar quem amei... e vou amar...
quero optar pela esquerda e pela direita, sem deixar para trás qualquer uma das portas fechadas...
quero poder nunca perder de vista, que optei por uma dessas portas e lembrar que outro eu estaria aqui se tivesse optado pelo outro lado.
quero parecer-me a um polvo com os seus numerosos tentáculos, e com cada um deles, simultaneamente, agarrar e sorver experiências únicas e irrepetíveis, num mesmo tempo, num mesmo espaço ...vértice de vidas possíveis.
quero viver numa foto o passado e o futuro e quero procurar o negativo para encontrar outro eu no presente...
quero as experiências que tive e mais ainda as que não tive...
quero ser quem sou e ainda quem não fui...e quero ser quem serei...
mas no fim, lá bem no fundo, em breves momentos de sobriedade, tenho medo que nada disto faça sentido...prostrado a um silêncio à muito convertido.
mas quero sentir que tudo isto seja parte de um mesmo sentido, o sentido que damos ao que é ser sentido!

21/03/2009

o toque...(do vampiro)

procuro o toque perfeito...
ao longe a sereia
que fascina mortais,
com o seu longo grito lascivo
chora, pois termina devagar,
o sopro de um dia mais…

delicada deusa estival,
de adornos sonoros, brilhantes
e melancólicos…
eleva-se a divindade
com a dança que lhe cabe
e rodopia cantando
olhando o seu reinado!

também os zéfiros
vagueiam pelo bosque
procurando a sorte,
que se nota,
num vacilante vai e vem,
de ventos do norte…

o som seduz-me e eleva-me
numa dança hipnótica, erótica...
rodopio, e a lua
de vermelho acossada
parece para mim esquartejada...
sangra o céu negro da noite,
mas doce é a brisa que me
acaricia e delicia secretamente

finalmente com sorte te toco,
minha princesa da noite
e noto…o toque na pele
com os lábios sedentos,
num corpo que estremece...
e suavemente me perco.

e o anseio,
perde-se lentamente
no final da noite…
com o sabor da pele nos lábios,
com o cansaço do prazer no corpo,
com a mente no sonho tornado realidade...
encontro o toque perfeito!
e toco, para saber que de ti
levei um bocado...

para que hei-de eu escrever?...





Lets dance in style, lets dance for a while
Heaven can wait were only watching the skies
Hoping for the best but expecting the worst
Are you going to drop the bomb or not?

Let us die young or let us live forever
We dont have the power but we never say never
Sitting in a sandpit, life is a short trip
The musics for the sad men

Can you imagine when this race is won
Turn our golden faces into the sun
Praising our leaders were getting in tune
The musics played by the madmen

Forever young, I want to be forever young
Do you really want to live forever, forever, forever

Some are like water, some are like the heat
Some are a melody and some are the beat
Sooner or later they all will be gone
Why dont they stay young

Its so hard to get old without a cause
I dont want to perish like a fading horse
Youth is like diamonds in the sun
And dimonds are forever


So many adventures couldnt happen today
So many songs we forgot to play
So many dreams are swinging out of the blue
We let them come true (just in the original)"

Música dos Youth Group de um Original de Alphaville 1984

06/03/2009

"Time is on my side! Yes it is..."


(...)
hoje parei momentaneamente e olhei para o relógio....este que está aqui do meu lado direito no próprio blog (daqui a uns posts será no canto superior direito mesmo abaixo do cabeçalho).
Mas continuando, hoje olhei para os segundos e vi-os passar...23, 24, 25, 26, 27, 28, ... não é que aquela coisa anda rápido que se farta? Vejamos, num minuto são "só" 60, numa hora 3600, num dia 86400, na próxima semana 604800, este ano vão ser 31449600...whow!!! Calma lá meu!!!

- Hei?! Alguém abranda aí essa maquina universal? É que isto de andar a correr está a deixar-nos sem tempo...

Questões para reflexão: será que se o tempo parasse, viveríamos mais tempo, ou teríamos mais tempo? Será que teríamos sequer noção de que a vida é tempo e sem ele, ela seria no mínimo estranha, ou não seria? Será que temos consciência que só sabemos que estamos vivos porque tudo muda e essa mudança, essa consciênca, está directamente relacionada com o tempo?



Vamos lá acabar com os desabafos contra o pobre tempo, que até nos dá tempo para pensarmos, pois sem ele não somos...

13/02/2009

conversas de email...


(...)
acerca da capacidade que a Natureza têm em mostrar equilíbrio nas suas manifestações e nos seus múltiplos sentidos...

Quando é que vamos aprender com a Natureza, afinal?

resposta:

pergunta difícil!!!
quando deixarmos de ter necessidade de poder?

pergunta:

Bela resposta...mas ajuda-me a levantar outra pergunta: até que ponto o poder nos ajuda a perceber as nossas limitações?

resposta:

Quando o poder não é proporcional às nossas capacidades, não ajuda... pelo contrário cega-nos pelo orgulho dele; por outro lado, também nos pode atrofiar, pelo peso que não conseguimos carregar... É deste poder que a maioria das pessoas vive. É por este poder que a maioria das pessoas luta. É este poder que nos torna irracionais, angustiados, infelizes e sem a capacidade de discernir acerca do essencial e do acessório.

Quando o poder corresponde Às competências que temos e se os valores que nos orientam estiverem relacionados com o bem comum e com alguma capacidade de antever ( o que exige já algum auto conhecimento (será?)), ai à partida o poder que é consequência do conhecimento das nossas limitações (pois só assim faremos bom uso dele) pode ajudar-nos a compreender as dos nossos semelhantes e a orientar-nos na tomada de decisões que impelirão seres humanos a ser menos animais que os animais.

Quando é que o poder nos ajuda a perceber as nossas limitações? Quando o temos ou estamos na eminência de o ter e contudo, sabemos não SER ou (estar capacitados) para corresponder àquilo que julgamos serem as expectativas que têm (aqui entra a questão da verdade e da verdade da verdade) para o nosso papel de poder.
Se tivermos a capacidade de auto-reflexão (na forma mais pura que ele possa existir - indo à essência do que nos julgamos ser), o poder (na medida em que nos possibilita a experiência (uma, seja ela qual for), dá-nos a possibilidade de nos reconhecermos (ou não), logo de compreendermos as nossas limitações.
Mas como esta característica de auto-análise (sem medo do que se encontra) não é comum a muitos humanos ou pelo menos não é comum à maioria, também o poder não dá a possibilidade de conhecer as limitações à minoria dos humanos que o têm.

resposta:

Sim... Então deixa-me contribuir para a tua ideia com algumas das minhas divagações…

Começo por dar aquilo que, depois de muito pensar, começo a definir como “poder”. Poder será pois a compreensão e conhecimento da perfeição. Perfeição que a maioria dirá ser utópico…mas será que é utópico? A nossa forma actual de ver o mundo e os sistemas, na grande generalidade, é observar os seus produtos finais sendo o “processo” ainda “marginalizado”.
Será que no processo não se encerra o segredo da perfeição? É que ao observarmos todo o processo de um sistema, por mais pequeno que seja, temos de ter em conta as suas perdas, que são simples buscas do equilíbrio para o sistema ser funcional e progredir.

Mas voltando ao poder, que nos trouxe aqui. Compreender e conhecer todo o processo de um sistema significa deter um grande poder, o poder de contemplar e aprender, sabendo que mesmo os erros fazem parte da perfeição; não fosse o construtivismo basear-se também na auto-construção, que implica sempre a tentativa e o erro aprendendo com estes últimos…
Posso dizer então, que por conhecer como funciona o meu corpo, na perfeição (apesar de ser uma procura constante), detenho um tremendo poder sobre mim mesmo, que de forma adequada podemos expandir ao "estar com os outros". Sei as minhas limitações, ou melhor, sei como tentar superá-las, e sei como tentar relacionar-me no meio onde me encontro. E este tentar, é a busca do tal poder, que de uma forma ou de outra já verificámos que é tão “simples” como “o” conhecimento.

Ampliando o conceito de poder…até onde pode ir este poder afinal? O infinito matemático é um limite imposto pela Natureza, e talvez aqui se compreenda que a detenção total do poder para nós, pequenos elementos de um pequeno microcosmos, esteja longe de ser alcançado. Mas não deixa de significar que todos os campos de actividade da existência, não sejamos prepotentes de achar que somos só nós seres humanos a existir, detêm poder.

Agora existe uma outra face do poder. O “como usá-lo?”

Como vimos anteriormente, a procura incessante do conhecimento e da compreensão de tudo o que nos rodeia é de um poder ilimitado. Sabemos que a obtenção desse poder ou dessa capacidade de busca, relativiza o poder individual dos seres humanos. Esta busca é como procurar o ar sem o podermos ver…sabemos que existe, mas os nossos sentidos, de forma perfeita, obrigaram-nos a não conseguir vê-lo para desenvolvermos outra ferramenta, o cérebro, para o conseguir conhecer e compreender. Obtivemos então mais uma “fatia” de poder…

Mas e aquele “poder” que “manda” em nós e nos obriga sob coação? Ora bem, desde sempre que o desconhecimento era uma vantagem de subjugação para quem não o tinha ou ainda andava na sua demanda. Ou até mais “longe” ainda, quem consegue e conhece os melhores lugares de “alimentação” não revelando essa informação, na tentativa de prevalecer, tentará ter vantagem sobre terceiros, esquecendo-se que uma possível cooperação e conjugação de esforços possa gerar mais valias…
Torna-se assim fácil perceber, que com a relatividade de tempo e espaço definido por Einstein, estas questões de subjugação ainda estão a acontecer e afinal aconteceram há um “segundo” atrás e provavelmente continuaram a acontecer…

Apesar de tudo, também sabemos que o dito “poder” subjugante, que afinal é uma deturpação do verdadeiro poder, o conhecimento, não passa de uma farsa que controla maiorias. Mas, com o aumentar de conhecedores e “buscadores” de verdadeiro poder, estes “subjugadores” tiveram de amenizar as coisas, deixando que os “buscadores” criassem regras e ordem para que pudessem continuar nas suas buscas e não confrontassem os seus “subjugadores”; dessa forma os “subjugadores” ficam mais libertos para usarem a deturpação do verdadeiro poder, continuando a usufruir de “coisas”… coisas, que não são mais do que o produto dos sistemas que, como vimos no início, eram o motivo de chamarmos de utopia á perfeição. Ou seja, o “subjugadores” são menos poderosos do que aquilo que imaginam, pois continuam em busca de produtos, quando os verdadeiros poderosos, os “buscadores”, procuram o processo e dentro dele contemplando mesmo a perfeição da imperfeição (o ser humano liberta o que o intoxica, não por imperfeição…).

Resta afinal definir quem são os “buscadores” e quem são os “subjugadores”…

No meu ponto de vista, os maiores “buscadores” que podemos encaixar nestas ideias são as crianças e quem com elas pretende perceber e conhecer, poder conhecer, poder contemplar, poder como um todo. E os “subjugadores” são todos os que de alguma forma passaram para o lado de buscar produtos e não processos. São os adultos que deixaram de acreditar no processo, são as instituições que, com motivos enviesados e sem querer compreender e conhecer mais, preferem ditar caminhos a todos os que perderam a vontade intrínseca da criança buscadora de poder. É uma sociedade que, de forma inconsequente, chama de utópico à perfeição, à realidade de todos determos o poder.

Isso é muito bonito num mundo de utopia dirá a maioria…lá está, os tais “subjugadores” não querem permitir que se volte a sonhar e se procure o real poder, que se volte a ser criança.

resposta:

Não será o produto importante, quando revela a qualidade do processo, como ponto de partida, indutor de novos processos? Aqueles onde vai residindo a proximidade da perfeição?

a construção do conhecimento tem muito de procura da identidade pessoal e do mundo! é na procura, no questionamento sincero com disponibilidade para o encontro da resposta, que não é apenas a que corresponde aos Pré - Conceitos, que nos poderemos aproximar da perfeição...se é que isto tem de ser um objectivo último...não sei o que seria se a alcançássemos e tivéssemos essa consciência...

Anaxágoras: - "O homem é a medida das coisas". O mundo, só o compreendemos, só o podemos representar, humanamente. Dentro do erro subjectivista, esconde-se uma verdade: no mistério do eu centralizam-se todos os mistérios e sem um esforço de compreensão do nosso mundo interior, vã é toda a tentativa de explicação total da realidade"...parece-me que este pensamento se pode relacionar com os "subjugadores". Estes têm o poder camaleão, o poder que mascara o desconhecimento e a falta de vontade para tal do mistério do eu. Quando não se tem este conhecimento, o caminho mais fácil (e viciante) não será o domínio do outro?

Seremos bons coordenadores/líderes/capitães (faremos bom exercício do poder) quando conhecermos a realidade sobre a qual detemos a função. De acordo com Anaxágoras, tal conhecimento fica limitado aos limites do poderoso (que se revela pseudo). A meu ver tal acontece quando poder é causa DA vida e não consequência NA vida. Sim, é nisto em que acredito.

Ter poder é bom para os outros, para o mundo (vivo e não vivo, se é que este último existe) quando tal resulta de uma intensa vida humilde, com a consciência, ou pelo menos incessante busca dela, que o que somos é também produto do que vimos - com a subjectividade dos nossos sentidos - com erros e arrependimentos, pedidos de desculpa, inquietações, sonhos re-sonhados e projectos utópicos vistos de forma positiva - que ainda não foram realizados - sobre os quais se fará o caminho, tentando-nos à vivência do processo, que temos associado à perfeição.

mais perguntas levantadas para quem quiser fazer conversa de email/blog...procuram-se buscadores de respostas com tempo disponível para pensar e dele tirar gozo e proveito...


este tópico, por motivos óbvios, estará em constante modificação e sempre que os autores acharem pertinente...ou interessante.
Isto de procurar a perfeição tem muito que se lhe diga :)

(Lestat e Elsa)

12/02/2009

Para pensar...se não doer muito!

"Logo que, numa inovação, nos mostram alguma coisa de antigo, ficamos sossegados."

Friedrich Nietzsche


empreender mudanças sem manter "pontes" com o que esteve predisposto, tem muito que se lhe diga. No entanto, levar essa necessidade a transformar-se em aversão à mudança...

03/02/2009

um mundo cada vez mais "pobre"...




"Hans Beck, o criador dos Playmobil, morreu na sexta-feira aos 79 anos, (...)." in Público

Se há brinquedo que tenho a certeza me ajudou a crescer e ser quem sou, é este.
A par com a LEGO, a PLAYMOBIL ajudou-me a criar imaginários, a desenvolver mundos e a criar personagens que em mim se foram recriando e mais tarde transformando em perfil psicológico...longe de mim tentar imaginar a minha infância sem a presença de tão fantásticos companheiros de aventuras. Mais longe vou...até que ponto este tipo de brinquedos e outros semelhantes fazem tanta falta a uma sociedade pobre (podre) em valores? Quem sabe um dia, tenhamos algum discernimento para reflectir sobre estas questões, com uma vontade real para tentar mudar algumas "coisitas", fundamentais...enfim!
Pena tenho, que aos pequenitos de hoje, a esmagadora maioria dos pais não dê a oportunidade de experimentarem a alegria de brincar e criar com este tipo de brinquedos...sim são brinquedos, e que belos são! Hans Beck, obrigado por toda a tua genialidade. A criança que ainda há em mim, deve-se também a ti e a tudo o que criaste...

Decididamente o mundo está mais "pobre"...é que nem só de dinheiro vive uma sociedade!

29/01/2009

Para reflectir

"Qualquer pessoa minimamente inteligente consegue tornar as coisas maiores, mais complexas e violentas. Mas é preciso um toque de génio - e muita coragem - para fazer o caminho contrário."

Albert Einstein

02/01/2009

mensagens de (d)esperança?!?!

pobre coitado...mal nasceu e já está condenado ao fracasso! mas há esperança...
pobre de ti, que trazes desgraças, tal demónio poderoso que vem castigar sem dó nem piedade! mas tenham esperança...
pobre 2009...
não queria estar na tua pele quando te pedirem satisfações pelos erros dos homens...mas haja esperança!!!

(ode à comunicação social dos 1º dias que vaticinam o nosso destino...é preciso ser poderoso para adivinhar o futuro, não??)

31/12/2008

Bom ano a todos...



“Jamais haverá ano novo, se continuar a copiar os erros dos anos velhos.”


Luís de Camões




03/12/2008

hoje senti-me assim...


"Cuts you up"

I find you in the morning
After dreams of distant signs
You pour yourself over me
Like the sun through the blinds
You lift me up
And get me out
Keep me walking
But never shout
Hold the secret close
I hear you say

You know the way
It throws about
It takes you in
And spits you out
It spits you out
When you desire
To conquer it
To feel you're higher
To follow it
You must be clean
With mistakes
That you do mean
Move the heart
Switch the pace
Look for what seems out of place

On and on it goes
Calling like a distant wind
Through the zero hour we'll walk
Cut the thick and break the thin
No sound to break no moment clear
When all the doubts are crystal clear
Crashing hard into the secret wind

You know the way
It twists and turns
Changing colour
Spinning yarns
You know the way
It leaves you dry
It cuts you up
It takes you high
You know the way
It's painted gold
Is it honey
Is it gold
You know the way
It throws about
It takes you in
And spits you out
You know the way
It throws about
It takes you in
And spits you out
It spits you out
When you desire
To conquer it
To feel you're higher
To follow it
You must be clean
With mistakes
That you do mean
Move the heart
Switch the pace
Look for what
Seems out of place

It's o.k.
It goes this way
The line is thin
It twists away
Cuts you up
It throws about
Keep me walking
But never shout.

de um grande senhor (Peter Murphy)

Estive a tocá-la para recordar...faz doer os dedos mas sabe bem...

26/11/2008

capitão romance

1,2,3

Nao vou procurar quem espero
Se o que eu quero é navegar
Pelo tamanho das ondas
Conto nao voltar

Parto rumo à Primavera
Que em meu fundo se escondeu
Esqueco tudo do que eu sou capaz
Hoje o mar sou eu

Esperam-me ondas que persistem
Nunca param de bater
Esperam-me homens que resistem
Antes de morrer

Por querer mais do que a vida
Sou a sombra do que eu sou
E ao fim nao toquei nem nada
Do que em mim tocou

Eu vi,mas nao agarrei
Eu vi,mas nao agarrei

Parto rumo à maravilha
Rumo à dor que houver p'ra vir
Se eu encontrar uma ilha
Paro p'ra sentir

E dar sentido à viagem
A sentir que eu sou capaz
Se o meu peito diz "Coragem!"
Volto a partir em paz

Eu vi,mas nao agarrei
Eu vi,mas nao agarrei

Eu vi,mas nao agarrei
Eu vi,mas nao agarrei

Ornatos Violeta