28/07/2013

beleza em si



rebentos, sementes
num presente,
que não existe,
pois é oferta!
de passados 
que conduzem,
mas nada reconduzem,
para futuros,
incertos e perfeitos,
na sua beleza em si...

15/07/2013

quadros da ilusão

é no decorrer da viagem
que se lambem as lágrimas
de feridas alheias
recônditos prazeres
ocupados por anos
de uma história
cem mil anos passarão
e outros iguais, outra vez
nas paredes do quarto
recolho os quadros
da ilusão...

devaneios errantes

sons alucinantes
corpo em movimento
reflexo, complexo
algures desconexo

luzes orbitantes
gritantes no olhar
que nos fazem rir
por vezes viajar

salta, corre, dança,
deixa para trás...
o pouco que te perfaz

danças palpitantes
sons em movimento
reflexo complexo
de devaneios errantes....

14/07/2013

enfim...por fim...pronto...


se um dia,
no mar das lágrimas
vires uma garrafa
terá dentro
um poema amarelo!
se te fizer sorrir
foi e será o mais belo...

11/07/2013

uma luz apagada...

alguma vez tentaste
simplesmente não pensar?
alguma vez pensaste
que não estamos vivos?
procura na tua alma
os prazeres simples
de ficar lá fora…

já alguma vez pensaste
que sozinho não
paras de fugir de ti mesmo?
solta as tuas lutas
e grava na tua mente
o caminho, de volta,
só mais uma vez,
novamente…

alguma vez percebeste
que já lançaram
os sonhos bem longe?
ficou apenas o lutar
contra ti, contra mim.
como correr no escuro
de volta para uma luz apagada…

retratos escritos

são precisamente os desconhecidos que nos fazem sentir bem!
esses e as chuvas fora de tempo, quentes, que nos lavam a alma,
nos seduzem os sonhos.
tenho um bloco! onde me escrevo, descrevo, ganho vida.
passa despercebido a toda a gente. nele procuro retratos escritos
da alma, daqueles que amo, daqueles que comigo vão partilhando
trilhos, ideias, coincidências, pormenores e detalhes. daqueles que
procuramos no espelho todos os dias de manhã.
houve tempos em que letras eram números e desses nasciam palavras,
soltas que se quebram pela fragilidade de si sós. o retrato escrito de nós
e de vós, faz a realidade de um mundo criado por sonhos de deleite, acordados.
não gosto de rotinas, tenho algumas...paradoxal...mas nem eu compreendo...
talvez seja caso para não compreender. mas são rotinas soltas, dispersas, que
dentro de si ambicionam não ser iguais à anterior.
procuro no tempo, que me faz, onde não foi assim. sim, porque longe no tempo,
por vezes é perto no espaço...e o bloco recua e avança ao contrário do ponteiro
do relógio, mas sem lhe perder o tempo.
nos ventos que nunca se repetem na face, vislumbro esse saltar de palavras,
imagens, cheiros e sons, que desalinhados nos levam nesta e noutras existências
que coabitam um corpo que nada mais carrega, que o livro dos dias...

07/07/2013

sete...



...ondas do mar!
suaves, que acalmam,
falam, memórias,
descrevem estórias.

aves no ar!
em voos perfeitos,
pairando sobre a areia,
branda e fina,
que se perde
por entre os dedos,
gelados de frio...

mãos em desalinho
perdem o fio
da memória
de uma perfeita estória!

05/07/2013

só palavras...

palavras constroem,
mal usadas, ou interpretadas,
destroem subtilmente,
tal como a cinza
do cigarro,
que perdura
até cair...


semelhanças...ou pormenores

as semelhanças
são lembranças
de caminhos passados,
que recordamos
com carinho
bem dentro da alma!
a vida está no futuro
incerto, é certo,
mas não no passado.
os pormenores, esses sim,
são lembranças do futuro,
ainda por desvendar,
mas dedicado às semelhanças,
com o passado que retemos
e aprendemos
para o amanhã!

no calor da noite

no calor da noite,
onde impera a razão,
aproximam-se seres
de outra estação

de fraca memória
ficaram na história
os sons das sirenes
de faróis à beira mar

ouve-se ao longe,
um grito soturno
de ave sentida
por um tiro no escuro

talvez agora
no calor da noite
a alma pernoite
neste corpo cansado!

04/07/2013

o livro...




gostava de escrever um livro
em que cada história
fosse diferente a cada
par de olhos...
queria que não fosse,
nem grande nem pequeno,
do tamanho de história,
de cada um...
ter uma capa rosa,
quem sabe, azul, ou verde!
ser manuscrito, a lápis,
pela mão de cada um...
podia ser de contos,
lendas ou rugas
que fomos criando na vida!
gostava de escrever um livro.