12/05/2007

a máscara

Cada um de nós tem a sua máscara...pode ou não ser fiel à sua alma, mas tem. E é com ela que nos apresentamos ao mundo, aos outros. De outra forma nunca passaremos de números, ou palavras, ou gifs mais ou menos animados, que por vergonha de nós próprios, medo de nos próprios, ou medo dos outros, decidimos que substituiria a nossa máscara.

Já devem ter percebido que máscara é o mesmo que face ou cara ou mesmo corpo...como para os religiosos compulsivos, o corpo é efémero, assim como para os cientistas o corpo é uma conjunção de átomos de vários elementos diferenciados ("tadinhos", ainda não perceberam que falam do mesmo em linguagens diferentes), qual o medo de mostrar a cara/máscara afinal?
Se todos fossemos iguais seria como um código binário ainda mais simples, só 1...que seca seria, além de que a sobrevivência estaria definitivamente comprometida...

Todas estas questões, medos, receios sociais, são simples criações da sociedade, do homem...o medo de não corresponder aos outros, o medo da nossa beleza não estar incluída nos padrões dos outros...mas a realidade é que não podemos ser números, ou palavras, ou gifs mais ou menos animados para sempre, só no espaço virtual que é a web. E o problema é que a web não chora quando esta triste, ou ri quando contente, ou ama, odeia, ou outro sentimento qualquer...é assim, não nos responde, não reage, e é estática, fria… e quem é que consegue viver somente a olhar para um monitor sem ver pelo menos as máscaras dos que estão do outro lado, no outro monitor?? Rapidamente desenvolveria psicoses com direito a filme de hollywood uns anos mais tarde.

Há quem defenda que um dia seremos isso mesmo, imagens virtuais ou simplesmente informação, numa poderosa e gigantesca base de dados, arrumados numa virtual sociedade, onde virtualmente e por códigos virtuais perpectuaremos as nossas máscaras...

Até lá teremos então de viver com quem cria e viaja pela web, e para isso precisamos da nossa máscara…pelo menos quando alguém nos grita ao fundo do corredor e diz: “almoço!

1 comentário:

Anónimo disse...

Bem, direi que tens o dom das palavras, expressas a vida da forma que eu também a vejo, não é necessariamente a melhor ou a mais correcta, se é que isso existe.
As nossas máscaras são talvez impostas por esta sociedade hipócrita, mas a culpa é nossa, só nossa.
Experimentem um dia, um só dia viver a verdade, a vida surgirá diferente a vossos olhos, a verdade é a linha recta para a felicidade. I think so...